Parem de padronizar os rostos! Você é mais uma ou é única? Por que os rostos estão ficando todos iguais?
Que a Harmonização facial está na moda é um fato, mas não é porque todo mundo está fazendo que você deve fazer. Leia atentamente para entender melhor!
O Objetivo
Essas técnicas e procedimentos estéticos podem prevenir, reverter ou atenuar alguns efeitos do envelhecimento:
- atenuar linhas de expressão
- restituir o vigor perdido ao longo dos anos
- devolver contornos faciais ou criar contornos
- dar volumes em algumas áreas: lábios, maçãs do rosto, queixo…
- melhorar pálpebras que estão caídas
- corrigir problemas na mastigação e função orofacial
- entre outros…
Pode ser realizado para atender uma ou outra vontade, como por exemplo, ter um lábio mais carnudo (como era quando mais jovem) ou um contorno facial que foi perdido ao longo do tempo. Mas não é aí que está o problema. Inclusive, não sou contra os procedimentos e já fiz alguns.
Virou moda?
Estamos vendo cada vez mais pessoas que querem ficar com o rosto da “fulana” ou da “ciclana” e, com isso, está acontecendo “uma produção em massa de “bocões”, maçãs marcadas e salientes e rostos sem expressão, que, às vezes, até deformados ficam.” Como citou brilhantemente o cirurgião plástico, Márcio Manoel Ferreira em seu artigo no LinkedIn.
Reflexões:
Enquanto ser humano, me preocupa muito a forma que isso vem sendo feita. De onde partem essas indicações? As análises são mesmo individuais e feitas por profissionais verdadeiramente qualificados a entender o indivíduo em sua totalidade e em seus reais desejos de imagem ou aprenderam apenas a criar uma máquina de clones?
O errado é a cultura que vem sendo alimentada de que todos os lábios devem ser carnudos e todas as bochechas dos rostos devem ser salientes para que seu rosto seja harmônico. Que o nariz tem que ser pequeno e fino para ser bonito, que uma ruga de expressão é inaceitável como se ser natural é errado e envelhecer, um crime.
No Aurélio, Harmonia (substantivo feminino) apresenta como significados: 1.combinação de elementos ligados por uma relação de pertinência, que produz uma sensação agradável e de prazer; 2.ausência de conflitos; paz, concórdia.
O termo “rosto harmônico” me preocupa muito. Principalmente da forma que é usado. Se o Aurélio fala que harmonia tem relação com pertencimento, rosto harmônico não seria o que possui os elementos na sua configuração para aquele ser? E isso pode ser de diversas formas, explico mais no decorrer do texto.
Na segunda definição, do dicionário, de harmonia como ausência de conflitos esbarraria com a forma que os procedimentos são realizados ou buscados. Pois se me transformo em outra pessoa, ou viro “um clone”, posso ter uma crise de identidade. E isso é algo muito sério!
Isso não quer dizer que sou contra as mudanças! Vejo resultados muito bons quando eles são avaliados com precisão e cautela para caber naquele indivíduo avaliado. Mas quando isso se torna uma imposição estética, deixa de pertencer e passa a ser uma busca por quem você não é de verdade. Autenticidade tem relação com ser de verdade.
Enquanto consultora de imagem, com formação em fisioterapia e especialização em dermatofuncional (fisioterapia estética), sou muito a favor das mudanças estéticas pautadas na naturalidade e que reforcem a beleza que já existe em você! Buscando procedimentos que tragam autocuidado, que levem em consideração a sua anatomia natural e o seu desejo de comunicação.
Será que todos os formatos de rosto são iguais e precisam de ângulos super marcados?
- Confesso que, nas várias avaliações faciais que fiz, quase ninguém desejava ou comportava ter um bocão ou ângulos bem definidos.
- Ou as que queriam, se sentiam “feias” por não serem naturalmente assim.
- Muitas já tinham preconceitos pelos procedimentos pelos inúmeros casos de exageros vistos por aí.
Dentro da Consultoria de Imagem, faço avaliações faciais para ajudar o meu cliente a entender a relação do seu rosto no seu contexto de imagem. Qual o seu desejo de imagem? Seu rosto transmite a sua verdade? Já indiquei procedimentos estéticos relacionados ao fato de o rosto do cliente não reforçar o seu discurso e isso ser sua queixa, impactando negativamente as suas relações pessoais e/ou profissionais.
“Parece que ser natural é errado e envelhecer, um crime.” Isso na verdade é uma escolha pessoal e não deve ser pautada pela grande influência da mídia que impacta na elevação dos problemas psicológicos e em rostos “deformados”, gerando verdadeiras crises de identidade.
Chega a ser assustador uma garota jovem que não tem sequer uma marca de expressão no rosto se olhar no espelho ou na selfie e não gostar do que vê. Querer mudar sem saber o que incomoda, disposta a tudo, para não ser quem é. Só porque é diferente.
Mal sabe ela que o diferente é raro, é único, é especial.
Como disse Bráulio Bessa em uma poesia que gosto muito: “Bonito mesmo é ser de verdade.”
Não temos muito o que refletir? Pretendo trazer mais conteúdos com esse tema.
Escrevi esse artigo baseada em minhas formações e na minha prática profissional. E usei como referência o artigo do cirurgião plástico, Márcio Manoel Ferreira.